Bartolo Longo nasceu em 10 de fevereiro de 1841, em Latiano, no sul da Itália, em uma família católica fervorosa. Desde jovem, demonstrava grande inteligência e determinação, e decidiu estudar Direito na Universidade de Nápoles. Foi justamente nesse ambiente acadêmico, dominado por ideias anticlericais e racionalistas, que sua fé começou a enfraquecer. Aos poucos, Bartolo se afastou completamente da Igreja e mergulhou em um mundo espiritual perigoso, envolvido com o espiritismo e o satanismo, que eram populares entre alguns grupos intelectuais da época. Nessa fase sombria de sua vida, ele chegou a ser sacerdote de Lúcifer, participando de rituais blasfemos e profanações, totalmente dominado pelas trevas espirituais.

Em pouco tempo, seu afastamento de Deus o levou a participar de rituais blasfemos e satânicos. Ele chegou a ser “ordenado sacerdote satânico”, título que representava o ponto mais sombrio de sua vida. No entanto, essa imersão no ocultismo trouxe-lhe apenas desespero, tormento interior e distúrbios mentais. Bartolo começou a ouvir vozes, ter crises de ansiedade e pensar em tirar a própria vida. Sua alma vivia atormentada pela escuridão e pelo sentimento de que estava perdido para sempre.

Foi então que um amigo fiel, o professor Vincenzo Pepe, percebendo seu estado de desespero, o levou até o Padre Dominicano Alberto Radente. Com paciência e amor, o Sacerdote começou a orientá-lo espiritualmente, levando-o a uma confissão profunda e sincera. Esse momento foi decisivo. Bartolo descreveu sua conversão como um renascimento, uma libertação completa das trevas que o aprisionavam. Pela primeira vez em muitos anos, sentiu paz no coração. A partir desse instante, fez o propósito de reparar todos os males que havia causado.

Ele renunciou publicamente ao satanismo, destruiu e lançou fora todos os objetos e livros ligados aos rituais satânicos, e começou a pregar sobre a misericórdia de Deus.. Passou a viver de forma simples, em oração e serviço, e dedicou sua vida à caridade. Em uma de suas viagens, chegou ao Vale de Pompeia, um lugar pobre, abandonado e sem fé. Foi ali que sentiu um chamado interior fortíssimo vindo de Nossa Senhora, que lhe disse: “Se propagas o Rosário, serás salvo.” Essa frase marcou seu destino.

Bartolo decidiu permanecer em Pompeia e começou uma missão que transformaria toda a região. Com a ajuda de poucos amigos, começou a ensinar o Rosário às famílias, organizou orações públicas e fundou a Confraria do Rosário. Sua fé e determinação tocaram muitas pessoas. Em pouco tempo, construiu uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, que mais tarde se tornaria a grandiosa Basílica de Pompeia. Além disso, fundou escolas, orfanatos e abrigos para crianças e viúvas pobres, unindo oração e obras concretas de amor ao próximo.

Durante toda a sua vida, Bartolo repetia uma frase que resumia sua missão: “Quem propaga o Rosário está salvo.” Seu exemplo arrastava multidões, e seu amor pela Virgem Maria crescia a cada dia. Ao final de sua vida, podia ser visto frequentemente rezando diante do altar de Nossa Senhora do Rosário, com o terço entre os dedos e um sorriso sereno no rosto. Morreu no dia 5 de outubro de 1926, em Pompeia, rezando e em paz.

Em 1980, o Papa São João Paulo II o declarou Beato e o chamou de “O homem da Virgem”, reconhecendo nele um sinal da infinita misericórdia de Deus. A história de Bartolo Longo é uma das mais impressionantes da Igreja: um homem que passou das trevas do satanismo à luz da santidade, provando que nenhum pecado é maior do que a graça de Deus e que o amor de Maria pode alcançar até a alma mais perdida.