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Jacques Fesch nasceu em 6 de abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye, na França, em uma família abastada, mas espiritualmente vazia. Seu pai era banqueiro, ateu e severo; sua mãe, embora católica, era tímida e pouco atuante na formação religiosa do filho. Cresceu cercado de conforto, mas sem amor, disciplina nem fé. Na juventude, tornou-se arrogante, impulsivo e indiferente a qualquer valor moral.
Casou-se jovem com Pierrette e tiveram uma filha, Verônica. No entanto, Jacques era imaturo e egoísta. Logo abandonou a esposa e a filha, mergulhando em uma vida de excessos, bebedeiras e desprezo pelas responsabilidades. Sonhava com uma vida de aventuras, queria comprar um barco e fugir pelo mundo, livre de qualquer obrigação. Sem dinheiro e com o orgulho ferido, envolveu-se com pessoas de má índole.
Em 25 de fevereiro de 1954, em Paris, tentou roubar um cambista para financiar seus planos. O assalto deu errado e, na fuga, matou o policial Jean Vergne com um tiro. Foi preso e levado à prisão de La Santé, onde aguardou julgamento. Condenado à morte, Jacques reagiu com frieza e desprezo, dizendo que não acreditava em Deus, nem em nada além da morte.
Nos primeiros meses de prisão, viveu um desespero silencioso. O isolamento, o peso da culpa e a aproximação da execução começaram a quebrar o orgulho que o mantinha distante da verdade. Com o tempo, recebeu visitas do capelão, padre Devoyod, e de uma mulher piedosa, Jacqueline Aubry, que lhe falaram da misericórdia de Deus. A princípio zombou, mas pouco depois começou a ler o Evangelho e os livros espirituais que lhe davam.
Numa noite, em profunda solidão, Jacques experimentou o que chamou de “uma iluminação repentina”. Escreveu depois em seu diário:
“Em cinco horas vivi uma conversão completa. Vi a Verdade, e acreditei.”
Desde então, sua vida interior mudou radicalmente. Passou a rezar, a refletir sobre seus pecados e a escrever cartas cheias de arrependimento. Voltou-se para Deus com sinceridade e passou a viver uma profunda vida espiritual dentro da prisão. Escreveu:
“Entre o crime e o castigo, houve a misericórdia.”
Durante esse tempo, buscou também reconciliar-se com sua esposa, Pierrette. Escreveu-lhe várias cartas pedindo perdão por todo o sofrimento que havia causado. Pierrette, tocada pela mudança dele, respondeu com compreensão e fé. Embora não tenham voltado a viver como marido e mulher, os dois reencontraram-se espiritualmente. O perdão mútuo uniu-os novamente — não pela vida conjugal, mas por uma comunhão profunda diante de Deus. Jacques escreveu a ela com ternura:
“Deus me devolveu a ti, não como marido terreno, mas como alma arrependida que te ama em Cristo.”
A correspondência entre eles tornou-se uma ponte de luz. Pierrette reconheceu a sinceridade da conversão do marido e, depois de sua morte, dedicou-se a divulgar suas cartas e seu diário, testemunhando a fé que havia florescido na prisão.
Na madrugada de 1º de outubro de 1957, Jacques Fesch foi levado à guilhotina. Beijou o crucifixo e disse ao capelão:
“Dentro de cinco horas, estarei diante de Deus.”
Foi executado pela guilhotina em paz, com o rosto sereno e o coração reconciliado com Deus e com todos que ferira.
Suas cartas e escritos foram publicados com o título “Na Hora da Minha Morte” , tornando-se um dos testemunhos de conversão mais impressionantes do século XX.
Em 1987, a Arquidiocese de Paris abriu oficialmente seu processo de beatificação. Hoje, Jacques Fesch é considerado Servo de Deus, e sua história continua a inspirar o mundo inteiro como uma das maiores provas de que a graça de Deus pode transformar até o coração mais perdido e devolvê-lo ao amor e ao perdão.

“Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo”.
(Atos 1,8)

DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA
“Se a alma não praticar a Misericórdia de um ou outro modo não alcançará a Minha Misericórdia no dia do juízo. Óh! Se as almas soubessem armazenar os Tesouros Eternos, não seriam julgadas, antecipando o Meu Julgamento com obras de Misericórdia” (Diário, 1317).

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